segunda-feira, 6 de maio de 2013

Colóquio


― Admita!
― Não, é ilusão.
― Por quanto tempo ficará assim?
― Não sei, não me faça esse tipo de pergunta, não hoje. Estou muito cansado pra pensar sobre esse assunto...
― Não, vou insistir até que me deixe entrar... Afinal por que me expulsou? Não fiz nada pra você deixar de acreditar em mim!
― Mas outras tantas fizeram, e hoje não quero ouvir falar em você, nem escrevo mais... não te darei mais versos ! nem sequer uma linha! Não abrirei a porta
― Pare de racionalizar tudo, você está só e fica remoendo coisas que já passaram. Escute-me e liberte-se dessa prisão que você mesmo criou. Eu sou o sentido que falta na sua vida, aquilo que você vem procurando mas não consegue admitir, desista desse orgulho e poderá ser feliz de novo.
― A felicidade já não me importa, vivo bem assim. Volte daqui a alguns anos e quem sabe eu queira te ouvir
― Ok... entendo teu sofrer. Amanhã eu volto...

E assim seguiu durante anos o diálogo entre o Amor e o Poeta que não amava





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