A morte estava sentada na poltrona lendo avidamente o livro
em suas mãos, por vezes ria, mas na maioria do tempo mantinha um semblante
sério e reflexivo.
No final da tarde sua leitura foi interrompida pelo som da
porta.
Ele entrou em casa com a cabeça baixa e a olhou rapidamente, tentou esconder seu espanto, depois da constatação seguiu seu
ritual de esvaziar os bolsos colocando a carteira e as chaves na mesa.
- Bem, você já percebeu quem eu sou
- Sim…
- E não te revolta ir hoje? Não vai argumentar? Nem chorar? Enquanto esperava eu li seu livro
você ainda poderia fazer muito sucesso com ele, achei incrível, mas isso não irá
influenciar no meu, digamos, trabalho…
- Eu imaginei que não mesmo, e sobre o sucesso eu realmente
não ligo
- Por que não ?
- Resumidamente: eu fiz minha parte e escrevi… eles não
leram, então azar deles