terça-feira, 16 de dezembro de 2014

1:43

Eu andava pelas escadas da estação
Ainda molhada pela chuva que passou
O pensamento perdido em uma canção
“Um acorde estranho eu sou”

Em universos paralelos nós dois
Ainda andamos por aí
Mas o romance não tem depois?
Você… ainda não escrevi

Não me deixe aqui
Fora do tempo
Não me deixe
Não


Me perdi naquele abraço
“Será que o tempo nos fez bem?”
Pela janela perdi seu olhar
Enquanto ia o trem

Estava fumando num lugar qualquer
Buscando aquele momento
Em que éramos felizes, e então
“senti o seu cheiro no vento”

domingo, 14 de dezembro de 2014

Só mais uma noite

O velho vagabundo andava bêbado pela cidade
E a luz do bar brilhava
Na mesa me ofereceram mais uma
“Por que ainda estou puto?”  eu me perguntava

Do outro lado da rua havia um cara na esquina
Tocando violão por um trocado
 O pessoal a minha volta parecia se divertir
Lá estava eu mal encarado

Olhares femininos, as luzes piscavam
O som estava alto, tanto quanto eu
Mais um cigarro pros nervos
Foi então que me ocorreu

Só mais uma noite
Só mais uma noite

Do lado leste da cidade
Ela tentava dormir e não conseguia
Foi assistir um filme na TV
Pensando para onde viajaria

Não queria deixar rastros
Simplesmente sumir para algum lugar
Para longe de tudo que odiava
Não queria mais nem pensar

Não iria retornar a mensagem
Não iria se despedir
“Depois com o tempo tudo passa” ela pensou
Em seu sofá antes de dormir

Só mais uma noite
Só mais uma noite

Lá estava eu e a música continuava
Só mais uma dose e chega por agora
Sentindo a dor de ser dispensado
Mas foda-se se ela vai embora

As luzes dos faróis iluminavam
O caminho de volta para casa
Alguns bêbados na calçada
Os grafites pareciam ganhar asas

Tudo passava rápido demais
Acho que já estava bêbado também
Já ia amanhecendo
Quando cheguei na estação de trem

Do outro lado da plataforma no sentido contrário
La estava ela com sua bagagem
Pensei em lhe falar
Mas seria bobagem

Só mais uma noite
Só mais uma noite

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Sem adeus

Eram cinco da manhã
E a porta entreaberta
Não tinha o cheiro do café
Ela encontrou a cozinha deserta

Correu pra sala
Uma carta na porta
Mal conseguiu ler
Pensando: “nada mais importa”

Sabia que era o fim
Foi até a janela
Acendeu um cigarro
Queimando o tempo num trago

Mas era pra ser assim
Como uma dança que acaba
Seu romance preferido
Chegou ao fim…

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Navegar

Quebre- me em pedaços
Reduza-me aos traços
Antes de amanhecer

Na correnteza fluímos
A criação que destruímos
Para viver

Cante a canção comigo:

Eu não sei qual o caminho
Apenas sigo em frente

Rompendo a aurora
No ciclo vicioso
Para se perder

A eterna procura
É preciso navegar
pra saber

Sem dizer adeus
Nem olhei pra trás
Sem arrependimentos
Sem cais