sábado, 27 de abril de 2013

Das Profundezas

A vida se esvai
De grãos em grãos pelas minhas mãos
E a tarde cai
É melhor você continuar no chão
Agora tanto faz
Deixo a correnteza me levar 
Na tolice eu canto essa canção
Pra você também cantar

Não adianta chorar pela vida não vivida

Eu tento esconder, mas aqui estão minhas feridas

E que as ondas me levem

Embora...
E que as ondas me levem
Embora...

A brisa vai

Levando as minhas memórias no ar
Eu quero a paz 
Mas no caos eu não consigo encontrar 
Eu quero o fim 
Pra que eu possa descansar
Nas águas eu esperarei 
Que você venha me beijar


E que as ondas me levem
Embora...
E que as ondas me levem
Embora...

Câmbio e Desligo

Monóxido de carbono no meu pulmão
Pregos e espinhos no meu coração
Essa alma inquieta procura uma resposta uma razão

No meu silêncio um grito desumano 
Na minha boca um sorriso profano 
Esperando o corte final de um criador insano

Tenho asas mas não tenho liberdade 
Há montes para escalar 
Muros para derrubar 
Alegria pra perder , uma canção pra cantar

1000 demônios na minha mente 
7 pecados e 7 serpentes
Comédia divina de um escritor diferente

Deixo essa mensagem nessa frequência 
Para ecoar na minha ausência
Câmbio e desligo

Hollow


domingo, 21 de abril de 2013

O Teatro


Fez-se assim sem percebermos uma peça teatral
Na qual de certo modo não criamos por mal
Não ensaiamos  antes do ato inicial
E assim se criando no momento em que começamos
As cortinas se abrem devagar para o nosso espetáculo particular
“Isso é real ou encenação?” é possível ouvir o público questionar
Esse vir-a-ser é um amor guardado numa caixa de madeira que espera aparecer
Enquanto isso as falas se desenrolam  sem seguir nenhum roteiro
Nós somos o casal dessa trama inventada
Eu cúmplice e amante, você minha é minha alegria e cefaleia
Enquanto isso damos risada disso tudo pois, também somos a platéia
Espero que algum dia nós ultrapassemos essa barreira, para darmos um salto sem temor
Para fora do palco e juntos assim viver isso de forma real como o nosso amor
Mas por enquanto isso não é a arte final é apenas um rápido esboço
Ainda tenho que usar todo dia e toda noite  a máscara em meu rosto
E como é representado o teatro, uma das mascaras sorri enquanto a outra chora
Me resta usar a máscara da tristeza e depois do ato final ir embora  

Apenas feche seus olhos e imagine
A vida que poderia ser
E tenho certeza
Que se ouvir a voz dessa verdadeira emoção
Você escolheria a melhor opção
Simples assim:
Esqueça o resto, jogue tudo pro alto e vem pra mim



Espelhos


Em um quarto de espelhos não reconheço as sete faces refletidas
Não há lágrimas nos meus olhos nem escorre sangue das feridas
Nos corredores escuros desse labirinto sem saída
No qual fui lançado sem saber a razão

Acho que procurar um sentido sobre tudo é o que nos resta
Vivendo essa dor fingindo que é uma festa
Mas nesse quebra cabeça sempre falta uma peça
Que não tenho na minha mão

Há uma luz que no final do túnel vem
Mas não é a salvação, é só mais um trem
Que vem veloz pra me atropelar também
Saio dos trilhos antes da colisão

Caindo de cabeça na minha insanidade
Perdido nas ruas vazias da cidade
Sem nome, sem destino, sem idade
Percebo que é tudo uma ilusão

Acabei me tornando um produto frio exercendo meu dever
Me matando todos os dias para poder sobreviver
Com esses parasitas no pescoço sugando minha vida
Acabando com meu sangue, embaçando minha perspetiva
Sempre querendo mais e mais
Roubando o que eu batalhei pra conseguir
Mas eu vou mata-los dentro de mim para alcançar minha paz
E quem sabe um dia realmente poder verdadeiramente sorrir
Olhando no espelho e reconhecendo quem é projetado
Me identificando sem temer ser rejeitado
Mesmo que apenas uma das sete faces...

Mas oque faço é quebrar com socos todos os espelhos, reduzindo aos pedaços
Há sangue nos meus punhos, as gotas caem no chão, não vejo mais refletido meus traços
E quebro todos espelhos com as mão nuas
Arrombo a porta desse maldito quarto
Saio de lá como que em um novo parto
E desapareço na madrugada por entre as ruas



Pássaros


Quem chora seus pecados pedindo perdão?
Por quem eu disse sim quando você diz não?
Quem me fez cair pra depois eu vencer?
Quem me deu a vida só pra me ver morrer?
Quem inventou a guerra inventou a paz?
Me diga por que você se faz
O mundo gira rápido já é outro dia
Não me importa sua reza nem a sua alquimia
O amor é irreal é assim que eu vejo
A circunstância carnal de um desejo
Quantas vezes você vai cair para aprender?
Que existe trevas e luz e eu não sou você!

Pra onde eu vou ?
Pra onde eu vou agora?
Se tudo é tão igual e os pássaros vão...
Pra onde eu vou ?
Pra onde eu vou agora ?
Se estamos no final e os pássaros vão...

Quem disse oque era certo ou errado?
Aquele traidor estava do meu lado
Quebraram  minhas asas e eu não pude voar
Não tenho mais vida, nem sequer um lar
As rosas brancas estão mortas no jardim
E eu procuro quem escreveu o fim
Por quem as lágrimas rolaram?
Por quem os sinos dobraram?

Para onde eu vou ?
Pra onde eu vou agora?
Se tudo é tão igual e os pássaros vão...
Pra onde eu vou ?
Pra onde eu vou agora ?
Se estamos no final e os pássaros vão...

(Eu quero voar pra fora dessa gaiola feita de tempo e espaço
Eu questiono a existência mas não há resposta)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Construção #2


Sempre preferi o caminho difícil
Me destruindo e reconstruindo todo dia
Vou nesse ciclo mas nunca me repito
Nos meus cacos sou mais real do que deveria
E nessa estrada não estou só
Atravessando o anoitecer
E entre o caos sumo nas ruas como pó
Para no outro dia renascer

domingo, 14 de abril de 2013

Do Limbo


Quantas vezes a vida já te derrubou?
E no final das contas não teve um final feliz?
A recompensa que nunca chegou
Apenas mais um soco no seu nariz
A máquina te injetou o sonho
E você acreditou que era esse o sentido
Só que não te deram espaço para ser
E terminou quebrado e fodido
Mas não é pra desistir
Por que a luta continua diariamente
Quebrando todos esses muros
Que construíram na sua mente
Eles tentam te enquadrar
Te moldar, te alienar
Pra te fazer consumir
E depois te descartar
Mas veja bem não deve ser  assim
Seu sofrimento teve um começo
Então algum dia
Ele terá um fim
Mesmo sendo Sísifo na montanha
Subindo  a pedra para vê-la cair
Há um motivo pra continuar
Agarre-se nele pra nunca  desistir



Mas lhe escrevo dessa escuridão
Onde só há vazio
Uma carta na mão
E esse coração tão frio
Um automato  
Querendo de novo viver
Mas oque importa é que minha mensagem chegue até você

sábado, 6 de abril de 2013

4:04 am

"Em lá menor minha tristeza é alegria
Se enchendo de vazios
Batimento cardíaco 4 por 4
Nas teclas do piano 
Ecoando no meu quarto"