domingo, 26 de julho de 2015

Muito embora, nunca mais

Eu sempre me pergunto
Por que deixo a porta aberta
Velhos fotos perduram
Nessa sala deserta

O meu palácio
De memórias perdidas
Meu doce lar
de palavras nunca ditas

Por que você
Não sai daqui ?
Agora!
Muito embora…
Nunca mais
É sempre tempo demais

Vou me esquecendo do seu rosto
Desfragmentação
Meu palácio desmorona:
Auto destruição

Tudo é escombros
Depois da explosão
Te vejo em minha frente
Me estendo a mão

Por que você
Não sai daqui ?
Agora!
Muito embora…
Nunca mais

É sempre tempo demais

domingo, 12 de julho de 2015

Mosaico

“Ainda somos vir a ser?”
“Acho que lembro de você”
“Não sei se é hora de despedir”
“Não sei se é hora de chegar”

As ruas cinzas parecem girar
Nos grafitis entre a neblina
Ela aparece entre a fumaça no ar
Como uma canção sem rima

“Quando eu te vejo de novo?”

Você e eu em cacos
Para montar nosso mosaico

“Quantos cigarros ainda tem?”
“Tudo parece passar devagar”
“Vamos pegar o próximo trem”
“Não há pra onde voltar”

“Me encontre nas catracas da estação”

Você e eu em cacos
Para montar nosso mosaico


O mensageiro

Antes da aurora dourada
Eu já estava aqui
A destruição de tudo
Eu escrevi

No deserto dos tempos
Instante certeiro
Meu nome não importa
Apenas Mensageiro

Eu sou aurora
E anoitecer
Eu sou vazio

Eu sou você

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Faísca eterna de um momento

Tudo ao redor silenciou, todos moviam suas bocas mas eu não ouvia o som
Percebi um ruído, indecifrável
Tentei em vão descobrir o que guardava seu olhar
O seu olhar
Um momento para esquecer
Ao mesmo tempo um momento para lembrar


Espelho

Sou a ausência de mim
Uma sombra
Projeção
Uma onda...
Na verdade
Só ausência
e Fins